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Catálogo com inventário do fotógrafo Alfredo Mazzei será lançado na Biblioteca Central da Ufes

Um dos maiores nomes da fotografia no Espírito Santo, Alfredo Mazzei terá o resultado de seu inventário apresentado ao público nesta quarta-feira (29), a partir das 18h30, no Auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) - campus de Goiabeiras, em Vitória.

Intitulado Acervo Pessoal de Alfredo Mazzei, o catálogo reúne mais de 500 itens do fotógrafo, guardados por sua família desde sua morte, em 1981.

Um dos registros de Mazzei: Av. Jerônimo Monteiro, no Centro de Vitória, com o trilho do bonde. (FOTO: Alfredo Mazzei)
No evento, o arquivista responsável pelo projeto, Marcello Furtado, explicará o processo de construção do catálogo, que está disponível em e-book no blog Gestão de Fundos e Coleções Fotográficas, coordenado pelo professor do Departamento de Arquivologia da Ufes André Malverdes. 

Entre os mais de 500 itens do acervo, estão fotografias em papel, negativos, rolos de filme e documentos textuais, recolhidos do estúdio de Mazzei. A maior parte do material estava guardada na casa da neta do fotógrafo, Teresinha Mazzei, que coordenou a pesquisa.

Segundo o arquivista Marcello Furtado, a família já tinha o intuito de preservá-lo, mas não dispunha das técnicas necessárias para a conservação adequada.

"Quando um acervo tem a guarda da família, a conservação acaba sendo mais instintiva. O material fica exposto ao calor, umidade, variação de temperatura. Isso contribui para a degradação de um material sensível como a fotografia", explica. 

Entre as etapas de higienização, identificação, descrição arquivística e acondicionamento, o processo de preparação do catálogo levou cerca de um ano. Além do e-book do catálogo, Furtado pretende realizar a digitalização dos itens num futuro próximo. "Estamos sinalizando para o Espírito Santo a importância desse material", afirma o arquivista. 

O acervo segue com a família, que disponibilizará para consulta a pesquisadores e interessados na obra de Mazzei. Uma parte excedente foi doada ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES). São cerca de 260 fotografias que passarão a compor a coleção permanente da instituição.

A construção do acervo foi financiada com recursos do Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura), por meio de edital para inventário e reprodução de acervos da Secretaria da Cultura do Espírito Santo (Secult).

Realizada pela Interferências Filmes e Projetos, a iniciativa teve apoio do Arquivo Público; do Departamento de Arquivologia da Ufes; do grupo de pesquisa Archivum: Sociedade, Informação e Cultura; do Cine Metrópolis; e da Biblioteca Central da Ufes.

Para Furtado, a quantidade e a diversidade de nomes envolvidos no projeto revela a importância do acervo para a história do Espírito Santo.

"Os professores da Ufes auxiliaram muito na execução do projeto. Era muito esperado por todos que lidam com fotografia, por isso a diversidade de áreas que participam. É um acervo que contribui para a memória do estado."

Transformações
Nascido em Ubá/MG, Alfredo Mazzei começou a atuar como fotógrafo em Cachoeiro de Itapemirim, ainda na juventude, publicando na revista Vida Capichaba. Dos anos 1930 aos 1980, registrou cenas da vida familiar, social e política do Espírito Santo, além das transformações na arquitetura e nas paisagens do estado, sobretudo da capital, Vitória.

"Mesmo numa pequena amostragem, Mazzei conseguiu capturar a vasta transformação urbana, principalmente no Centro de Vitória: o alargamento das avenidas, a verticalização da cidade, a mudança nos meios de transporte", opina Furtado. 

Além do valor histórico, as fotografias de Mazzei, segundo o arquivista, carregam o experimentalismo pelo qual era conhecido, sobretudo no seu trabalho "pós-registro".

"Ele inovou com algumas técnicas que não existiam aqui no estado. Muitas fotografias ele pintava depois, ou tentava inserir pigmentos em negativos para revelar com coloração. Ele foi um aspirante da transformação da fotografia em preto e branco para colorida, por métodos realizados em estúdio", afirma.


Equipe técnica do projeto
Arquivista responsável: Marcello França Furtado
Conservação e higienização do acervo: Angélica Reckel
Coordenação de pesquisa: Teresinha Mazzei
Identificação do conteúdo das imagens: Ary Lopes Ferreira e Carmélia Mazzei Ferreira
Montagem da exposição: Angélica Reckel e Teresinha Mazzei
Identificação dos filmes 16mm: Sérgio Dias (Apees)
Diagramação (folder e e-book): Carla Mello
Apoio: André Malverdes, Vitor Graize, Fábio Pirajá, Fábio Medina, David Protti, Cilmar Franceschetto, Saulo Ribeiro e família Mazzei
Produção executiva e coordenação-geral: Ricardo Sá

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