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Entrevista: Andrew Laureth “renasce” no projeto audiovisual “Novo”, gravado na Europa

Do reencontro consigo mesmo, após ver vários planos não darem certo, começou a nascer Novo, projeto audiovisual do cantor, compositor e músico Andrew Laureth, de 34 anos. O álbum, que chegou às plataformas digitais nesta quinta-feira (2), traz mensagens de fé, renascimento e esperança, e marca uma nova fase nessas duas décadas de carreira musical.

O cantor Andrew Laureth: "As músicas expressam sentimento de renascimento". (FOTO: Divulgação)
O capixaba de Santa Teresa, na região Serrana do Espírito Santo, conversou com o portal O Melhor da Música Capixaba por telefone diretamente de Amsterdã, na Holanda, onde mora há seis anos.

Ele contou detalhes do seu terceiro álbum de estúdio, que teve clipes gravados em diferentes paisagens da Holanda e da Alemanha - leia a entrevista completa mais abaixo.

O trabalho
Apesar do título, o carro-chefe do trabalho de MPB e pop rock não é uma composição de agora. A letra foi feita em 2014 e ele guardou porque acreditava que algo maior estava reservado para ela. Nesses últimos nove anos, compôs mais sete canções que traziam uma temática parecida e reúne todas no disco de inéditas.

O conceito do trabalho está conectado com o de seu álbum anterior, Pieces of Me (pedaços de mim, em tradução livre), de 2020. “Nele, era como se eu estivesse despedaçado. Agora, estou renascendo. E faço essas alusões nos clipes”.

Se no disco de estreia ele trouxe guitarras, no segundo a aposta foi no formado voz e violão. Em Novo, ele segue a mesma linha do antecessor, mas adiciona instrumentos, como o trompete, que aparece na já divulgada faixa Eu e Solidão.

Outra novidade é que este é seu primeiro projeto totalmente em português, fato que não impede suas músicas de serem tocadas em rádios holandesas. A produção é de Andrew, ao lado do irmão Guilherme Laureth. As músicas foram gravadas em Amsterdã e em Santa Teresa.


ENTREVISTA
Andrew Laureth, cantor, compositor e músico
OMMC - Diferente de trabalhos anteriores, nesse projeto todas as músicas são totalmente em português. Por que investiu nisso em Novo?
Andrew Laureth - As músicas foram sendo feitas durante alguns anos e estavam guardadas. A faixa Novo, por exemplo, é de 2014. Nesse trabalho, vejo uma forma de me conectar com o público do Brasil.  Esperei juntar com outras canções que passassem esse sentimento de renascimento e no período da pandemia, que foi um tempo difícil, pois perdi um tio, reuni todas e comecei a produção desse projeto.

OMMC - Os clipes do trabalho atual estão tendo, até o momento, alcance de 70 mil e até 100 mil visualizações. Como está sendo ver essa receptividade ao seu trabalho?
Andrew Laureth - Fico muito feliz. E vejo que as mensagens das músicas estão se conectando com as pessoas. Muita gente comentando e até me mandando mensagem no privado elogiando.


OMMC - Qual a principal mensagem que busca passar com o álbum Novo?
Andrew Laureth - O trabalho fala muito sobre renascer. As mudanças que deram errado, momentos difíceis que passei. Quando saí para morar longe do Brasil. Todas as músicas expressam o sentimento de renascimento em diferentes momentos e períodos da vida. E sobre buscar forças para superar esses momentos.

OMMC - Eu e Solidão, última faixa divulgada antes do álbum ser lançado, é estrelado por David Gabriel, filho de Arlindo Barreto, que foi interprete do palhaço Bozo. Como foi o convite a ele?
Andrew Laureth - O David Gabriel já era meu amigo. Ele se casou com uma amiga da minha esposa. Inclusive toquei no casamento dele no Brasil. Tem cerca de três anos que veio morar em Amisterdã. Ele trabalha como videomaker. Também fiz uma música (Be Yourself) com a irmã do David, a Stacy Locatelli (SP).

"Vejo que as mensagens das músicas estão se conectando com as pessoas"

OMMC - Os videoclipes foram gravados na Alemanha e na Holanda, onde você mora. Como foi o processo de definição dos locais?
Andrew Laureth - A definição dos locais foi junto ao pessoal da minha produção. Inicialmente anotei algumas ideias de locais e passei para eles. Em cada videoclipe, a gente escolheu locais que pudessem expressar o sentimento das músicas. Os cenários foram parques, praia, cidade, uma praia e o Mar do Norte.

OMMC - Na gravação da faixa-título, você e a equipe de gravação quase foram atacados por lobos? Conta essa história.
Andrew Laureth - Foi um aperto que a gente passou. Fomos de madrugada para montar os equipamentos. A ideia era gravar com o sol nascendo, porque a música fala sobre renascer. No meio da gravação, começamos a ouvir barulhos de vários lobos que pareciam estar se aproximando da gente. E onde estávamos, de um lado era a floresta e do outro um precipício. Um de nós teve a brilhante ideia de buscar na internet sobre como poderíamos nos defender caso tentassem nos atacar. Quando vimos as sombras deles, pegamos tudo que tínhamos e levantamos com a mão para que parecêssemos maiores que eles. Ficamos ali parados e aparentemente foram se afastando. Depois pessoas que trabalhavam no parque chegaram para nos ajudar.

Videoclipes
Assim como os clipes anteriores, Novo é assinado pela Útero Filmes e Dom Pedro Conteúdo, que já trabalhou com o rapper Xamã (RJ) e a funkeira Rebecca (RJ). Os vídeos de Andrew têm alcançado bons números no YouTube, sendo que dois deles já atingiram a marca de 100 mil visualizações cada.

O primeiro vídeo divulgado por Andrew foi o de Para Meu Filho e Minha Donzela. Na produção, ele dirige um carro pelo Parque Nacional de Hoge Veluwe, um dos maiores da Holanda. “A ideia era trazer uma reflexão e uma conversa com a vida durante o caminho de volta pra casa, onde se enfrenta todas as circunstâncias para voltar aos braços da família”, conta.

Na sequência veio o clipe de Dias, onde o músico aparece em meio aos prédios e viadutos de Roterdã, também na Holanda. “Essa música fala sobre a ansiedade do mundo moderno onde perdemos a noção do tempo nessa busca incessante de ter sempre mais. É um convite para refletirmos sobre o que realmente importa nessa existência, para que nossos dias aqui não sejam em vão”, define.


A paisagem escolhida para o terceiro single, Mundo Aqui, foi uma praia holandesa em Haarlem. “Esta canção é um convite para caminhar rumo à liberdade, se desprendendo de conceitos, religiosidade e preconcepções. Ela foi escrita com minha mulher, Aryssa Viana, após uma conversa sobre como a tradição e os dogmas da religião afetam as pessoas”.

Eu e Solidão, última faixa divulgada antes do álbum chegar ao mundo, representa, simbolicamente, um diálogo com a solidão, como se esta fosse uma pessoa. No registro, essa representação de isolamento é feita com a história de um homem que vive sozinho em um barco pelas águas do Mar do Norte. O protagonista é interpretado pelo cineasta David Gabriel (RJ), filho de Arlindo Barreto (RJ), conhecido por dar vida ao palhaço Bozo.

As três últimas produções audiovisuais serão lançadas nos próximos três meses, uma a cada mês. Serão para as faixas Morrer e Amar, Coisas que Eu Sinto e A Vida é Bela, música originalmente lançada em seu álbum de estreia, Janelas da Alma, que aqui ganha uma versão acústica.

Todos os singles ganharam capas feitas pela artista visual e ilustradora Angélica Sil. “Ela  retratou com perfeição a mensagem de cada música”, elogia Andrew.


O artista
Natural de Santa Teresa, no Espírito Santo, Andrew Laureth tem 20 anos de história na música, tendo passagem pelas bandas Sexto Comando e Altitude antes de se dedicar à carreira solo.

Vivendo em Amsterdã, ele se apresenta por várias cidades do país europeu. Durante sua jornada musical, já abriu shows do cantor Nando Reis (SP) e da banda Natiruts (DF), onde teve a oportunidade de se apresentar para um público de 2,5 mil pessoas.

Ficha técnica
Álbum: Novo
Data de lançamento: 2 de fevereiro
Composição: Andrew Laureth, Aryssa Viana (Mundo Aqui)
Produção musical: Andrew Laureth e Guilherme Laureth
Mixagem e masterização: Guilherme Laureth
Vozes, violão, baixo, ukuleke e guitarra: Andrew Laureth
Bateria, percussão, ambiência, vocais, baixo eletrônico, synth e beat: Guilherme Laureth
Arranjos de cordas: Andrew Laureth e Guilherme Laureth
Piano e teclado: Wilson Bento
Baixo: Pedro Falcão (Mundo Aqui, Dias e A Vida é Bela)
Trompete: Oziel Neto (Eu e Solidão)

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