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Gabriela Terra sobre o Festival Desérticas: "Uma honra. Me chamaram porque fiz a diferença lá"

A multi-instrumentista, compositora e produtora Gabriela Terra, da banda solo My Magical Glowing Lens, concedeu uma entrevista ao O Melhor da Música Capixaba, sobre a expectativa de participar do Festival Desérticas, em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

O evento, em sua segunda edição, será no dia 24 de abril, a partir de 19 horas, como já fora divulgado no portal do OMMC. A capixaba fala sobre o que a levou a ser convidada e a importância de ser uma das atrações do festival.

A multi-instrumentista e produtora Gabriela Terra. (FOTO: Mariana Matos)
O festival
"Esse festival de Mossoró, no Rio Grande do Norte, é feito por um coletivo que conheci quando fui em Natal dar uma oficina de produção musical caseira. Natal tem um núcleo feminista muito forte, principalmente por causa do Festival do Sol. Tem a Ana Morena, que é uma das donas do festival e que estimula muito a produção local feminina e não só isso. Ela também estimula as mulheres a participarem da parte técnica, e da parte de produção do festival. Vejo que hoje em dia a gente está tendo um crescimento das mulheres em cima do palco. Tem festivais que chegam a ser 100% mulheres em cima do palco, ou pelo menos 40, 50%. Dá um crescimento muito grande de bandas com mulheres em cima do palco, artistas mulheres em cima do palco."

Mulheres na produção
"Ainda há uma falta de mulheres nos bastidores, que é na técnica de som, liderando a produção do festival, sendo a produtora de festival. Na maioria das vezes é um homem que é o produtor do festival. Então participar de um festival que você tem majoritariamente mulheres na organização do festival e não só em cima do palco é essencial. Fica aqui a minha crítica também aos festivais que colocam mulheres em cima do palco, mas não contratam mulheres para trabalhar em funções que os homens já tomaram conta. Tipo monitor e roldagem, que são áreas que existem muitas mulheres no mercado e elas são impossibilitadas de ocupar por causa do machismo no mercado."

Destaque?
"Não sei se sou um destaque. Não falaria que sou um destaque. Acho que todo mundo que tá ali é um destaque. Participar de um festival desse tão coletivo, que veio de um coletivo feminista e que são de mulheres que conheço, que estive lá e vi elas atuando, sendo amigas entre si. Lembro que era em torno de 20, 30 mulheres. A gente fez a oficina e arrepio de lembrar porque a gente riu tanto, a gente trabalhou tanto, riu tanto, que a oficina começou atrasada e as meninas me pediram para ficar mais um pouco. A gente foi ficando e acabou que produzimos uma música em conjunto, enfim foi muito divertido. Como é leve trabalhar com a mulher. Como é bom não ter essa cobrança pesada que os homens têm entre si, e que quando é com uma mulher é mais pesada ainda. Como é bom estar entre mulheres e a felicidade é muito grande delas terem se lembrado de mim."

Honra
"É um festival lá de Mossoró. A maior parte das bandas são do Rio Grande do Norte. Então a banda que elas lembraram de chamar de fora foi a minha pô. Então é uma honra, é um absurdo assim. E sei que elas me chamaram também porque fiz a diferença lá. Sei o quanto é importante essa oficina que eu dou para mulheres que querem se especializar nessa parte mais técnica da produção musical de festival."

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Serviço
Festival Desérticas - 2ª Edição
Data e horário: 24/abr (sábado), às 19h

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