Carnaval de Vitória: Jucutuquara abre Grupo Especial com pulsar da vida e faz corações baterem forte
Os relógios marcavam 22 horas quando foi dado o sinal verde para a Unidos de Jucutuquara abrir oficialmente o desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval de Vitória.
Com 25 alas, três carros alegóricos, um tripé fixo, um tripé (andor), complementando o abre-alas, e 1.600 componentes, a escola de 1972 trouxe o "Pulsar da Vida" para fazer os corações baterem mais forte e também para buscar o seu oitavo título no Sambão do Povo após um longo jejum de 15 anos.
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Porta-bandeira se encheu de emoção no desfile. (FOTO: Marcos Salles/Prefeitura de Vitória) |
"A cada batida do coração, realizamos uma celebração da vida em todas as suas formas, desde a razão até as emoções mais profundas, passando pela ciência e pela arte, culminando na alegria do Carnaval", defendeu o carnavalesco e autor do enredo, juntamente com Anclébio Júnior, Orlando Júnior.
Capitaneando todas essas emoções, ele, é claro, o órgão capaz de promover os mais profundos sentimentos no ser humano: o coração esteve presente em fantasias, alegorias e na voz da comunidade e do público, do início ao fim do desfile.
Na avenida, a "máquina da vida" veio representada desde a Idade Média e trouxe referências nas mais diferentes formas de expressar a devoção.
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Carro abre-alas fez avenida pulsar o coração. (FOTO: Marcos Salles/Prefeitura de Vitória) |
O "tum tum" que bate no peito saiu do interior do corpo humano e se transformou em coreografia da comissão de frente, com 15 integrantes que anunciaram o começo da existência da humanidade.
Assim foi também com a "Bateria da Nação", que veio forte com 155 ritmistas que na batida do surdo, nos dois toques de caixa (caixa reta semicolcheia e caixa reta com rufada) e outros elementos musicais trouxe o ritmo que embala a vida.
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Comissão de frente arrancou aplausos do público. (FOTO: Marcos Salles/Prefeitura de Vitória) |
A agremiação contou com três alegorias. A primeira delas trouxe a "Anunciação", no abre-alas, fazendo uma ode à vida, à ciência e às emoções humanas. Quatro seres femininos misturas de mulher com coruja, símbolo da escola, puxaram um enorme coração que misturava artérias e roldanas para simbolizar a integração entre o perfeito funcionamento do órgão com os mais fortes sentimentos do ser humano.
O segundo carro retratou "A morada de Brama" que trouxe um pouco da Índia e o coração como símbolo da morada da divindade suprema do hinduísmo.
Já a terceira alegoria trouxe a representatividade do amor que move o Carnaval. O título "Explode Coração" é a homenagem ao samba enredo mais cantado em diversos locais mundo afora.
A moradora de Jardim Camburi Nena Simões era só emoção na avenida do samba.
"Essa é a terceira vez que desfilo pela Unidos de Jucutuquara e estou com a melhor das expectativas. Sinto que eu não escolhi a Escola sabe, a Jucutuquara que me escolheu e desde então busco dar o meu melhor. Acredito que estamos no caminho certo rumo a boas notas e ao título é claro", declarou.
"Nossas fantasias estão muito bonitas, e a única coisa que digo ser ruim em participar, é que acaba muito rápido", completou entusiasmada momentos antes do desfile.
Nena integrou a 12ª ala da agremiação, que trouxe Oxum, uma das divindades mais reverenciadas na tradição religiosa africana e afro-brasileira, que representa a deusa do amor.
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Ana Lúcia Pentz veio de Miami para brilhar na avenida. (FOTO: Marcos Salles/Prefeitura de Vitória) |
A destaque de chão da primeira ala, "Artéria da Vida", Ana Lúcia Pentz, desfila pela escola pelo quinto ano consecutivo e o amor pela Jucutuquara não para por aí. Ana reside há 13 anos na cidade de Miami, nos Estados Unidos, e faz questão de estar presente no Carnaval de Vitória.
"Essa escola me acolheu de todo coração, então estou muito emocionada e grata. É sempre uma enorme expectativa e vim lá dos Estados Unidos para fazer bonito é claro!"
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Coração fez "Pulsar da Vida" embalar público na avenida. (FOTO: Marcos Salles/Prefeitura de Vitória) |
Na 15ª ala da Unidos de Jucutuquara, um recado social claro veio em forma de reflexão.
Sessenta componentes representaram o ato de amor que é a doação de órgãos, incluindo o coração, que pode levar vida nova às pessoas. É a recriação da vida!
"Esse é um tema definitivamente relevante! É o coração que pulsa pela eternidade. Refletimos sobre o paradoxo da brevidade da vida, mas também a perpetuação da história", declarou a destaque da escola Izabelle Brandão.
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