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Carnaval de Vitória: Chegou o Que Faltava brilha, celebra o manguezal e Goiabeiras

A escola de samba Chegou o Que Faltava entrou na avenida com um desfile emocionante e repleto de significados, buscando o título no Grupo Especial do carnaval capixaba.

Com o enredo "Da lama sai muito barulho", a agremiação da região da Grande Goiabeiras celebrou o manguezal, as tradições locais e a rica cultura do bairro que completou 50 anos.

Integrantes durante desfile da Chegou o Que Faltava. (FOTO: Leonardo Silveira/Prefeitura de Vitória)
Vestida de rosa, branco e azul, a escola apresentou um espetáculo que uniu arte, história e natureza.

A abertura do desfile foi marcada por uma homenagem a Nanã, orixá associado à lama e ao barro, elementos centrais da narrativa. Celebração de sons, cores e vida, emergindo da lama que nutre a comunidade.

A chuva caiu rápido, mas nao desanimou o público e ainda deu uma trégua no calor. 

Barro
Pelo que conta a mitologia Iorubá, Nanã teria fornecido o barro que deu origem à humanidade, uma simbologia que ecoou ao longo do desfile, conectando a espiritualidade às raízes culturais da região. O samba-enredo contou com melodia cativante cantada com empolgação.

"É memória ancestral do manguezal
O sal do corpo encontra a doçura
Onde repousam fé e cultura
Submerso ventre maternal"

Desfile da Chegou o Que Faltava no Sambão do Povo. (FOTO: Leonardo Silveira/Prefeitura de Vitória)
Com três carros alegóricos, um tripé e 19 alas, a Chegou o Que Faltava contou com 1.500 componentes que trouxeram à avenida a essência do manguezal e da comunidade de Goiabeiras.

A escola destacou a importância do ecossistema do mangue, mostrando desde o nascimento desse ambiente até a relação intrínseca com a vida das pessoas que dependem do ecossistema.

As paneleiras, que mantêm viva a tradição das panelas de barro -- reconhecida como patrimônio imaterial do Brasil pelo Iphan, foram uma das grandes estrelas do desfile, carregando consigo a história e a resistência cultural da região.

Ancestralidade
O samba "O YIN NÀNÁ YÒ" ecoou pela avenida exaltando a relação íntima entre o bairro e os manguezais e a força cultural de sua gente.

Versos que falaram sobre ancestralidade, de fé e resistência e a letra tocou o público. "Da lama transcende a chama! Na cuia que abriga o dom de moldar, de mães e filhas, eterna essência", cantaram os componentes numa celebração de gerações.

A presença de uma banda de congo também emocionou o público, reforçando a conexão da escola com as manifestações culturais locais. Além disso, a agremiação recuperou festividades e tradições que se perderam ao longo do tempo, resgatando a memória e a identidade de Goiabeiras.

O desfile da Chegou o Que Faltava foi um verdadeiro tributo à resistência, à cultura e à natureza. (FOTO: Leonardo Silveira/Prefeitura de Vitória)
A dedicação da equipe foi visível na harmonia das alas, na riqueza dos adereços e na energia contagiante dos componentes afinados com a letra.

O desfile da Chegou o Que Faltava foi um verdadeiro tributo à resistência, à cultura e à natureza, mostrando que, da lama, realmente sai muito barulho. A Velha Guarda da escola fechou o desfile com alegria e mostrando por que com décadas de samba ainda estimula gerações.

O nome "Goiabeiras" vem da grande quantidade de goiabeiras (árvores da goiaba) que existiam na região no passado. O bairro é um dos mais antigos de Vitória, com uma história que remonta ao período colonial.

Confira outros registros da Chegou o Que Faltava:


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