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Tião Xará é o Homenageado Capixaba do 29º Festival de Cinema de Vitória

Advogado de formação, Sebastião Ribeiro Filho, o Tião Xará, é uma personalidade múltipla na cena cultural capixaba. Cineclubista, produtor, realizador audiovisual, fotógrafo, compositor e ambientalista, ele é o  Homenageado Capixaba do 29º Festival de Cinema de Vitória, que acontece entre segunda-feira (19) e sábado (24), no Centro Cultural Sesc Glória. 

"Fico muito emocionado por ter sido convidado, mas espero que o que tenho feito seja uma semente, uma inspiração para que as pessoas continuem na luta, porque não vou ficar aqui muito tempo, o tempo aqui tá passando, né? As pessoas têm que pensar bastante no coletivo, lutar bastante coletivamente", disse o homenageado.

Sebastião Ribeiro Filho, o Tião Xará, é o Homenageado Capixaba do festival. (FOTO: Thais Gobbo/Acervo Galpão IBCA)
A escolha do produtor, que receberá o Troféu Vitória e um caderno biográfico inédito que aborda a sua trajetória, reforça o trabalho de documentação e da construção da memória da produção cultural brasileira realizada pelo Festival de Cinema de Vitória  ao longo das últimas duas décadas.

"Tião Xará, com sua vivência múltipla em diversas áreas, personifica o talento dos produtores culturais do Espírito Santo, além de ser uma figura fundamental para o cineclubismo capixaba. Homenageá-lo é uma oportunidade de contar parte da história da cultura do nosso estado", afirmou Lucia Caus, diretora do 29º FCV. 

Biografia
Natural de Castelo, cidade localizada na região Sul do Espírito Santo, Tião começa sua história na cultura no meio cineclubista. Foi membro do Cineclube Universitário, entre 1979 a 1983; fundador e presidente da Federação de Cineclubes do Espírito Santo (gestão 1981/ 82), onde também foi coordenador do Plano de Expansão do Cinema Cultural do Espírito Santo, em 1982.

Além de ter atuado como diretor de publicações no Conselho Nacional de Cineclubes (1982/ 84) e segundo tesoureiro da instituição (2004/ 06); e tesoureiro da OCCA- Organização dos Cineclubes Capixabas (2020/ 22).

Na década de 1990, foi produtor de três vídeos do cineasta Cloves Mendes: Muqui, Cidade Menina; To Be Guarani; e Corpus Christi – Castelo, 25 Anos. Nos anos 2000, ele estreou como realizador no curta-metragem O Homem que Sonhava Fotografia, em que, além da direção, ele foi roteirista e compôs a música original.

Em 2007, realizou seu segundo trabalho como um dos diretores do documentário Imprensados – A Luta pelo Território Quilombola do Sapê do Norte.

No universo da literatura, ele lançou dois livros de poesia: Ardorarte (1991) e Queda Livre (2013). A fotografia é outra paixão de Tião, que mira suas lentes para a natureza, o patrimônio cultural e a cultura popular. As imagens são protagonistas de publicações como Casa de Muqui (Fotografias/ 1998) e Belezas Naturais do Espírito Santo (2001), que reúne textos e fotografias do estado.

As fotos também renderam inúmeras exposições como Folia de Reis (2007), na Casa de Cultura de Muqui; e Casario da Vila de Itaúnas da Década de 80 (2012), em parceria com a arquiteta Vera Lúcia Tamara Ribeiro, na Assembleia Legislativa do Espírito Santo.

Na música, além das composições do seu primeiro curta-metragem, ele é compositor de canções que compõem os trabalhos de nomes como a banda América 4, Trio Lampião e a cantora Andrea Ramos. 

Na área do meio ambiente, foi fundador de diversas instituições voltadas para a preservação do ecossistema, como a  Sociedade dos Amigos do Museu Mello Leitão, nos anos 1990; o Instituto de Pesquisa e Estudos da Mata Atlântica (a partir de 1994, onde também atuou como assessor jurídico); e da Sociedade dos Amigos do Parque de Itaúnas, entre os anos de 1987 e 1999, quando foi o primeiro presidente da associação.

Entre os anos de 1990 e 1991, foi presidente do Conselho Estadual de Cultura (CEC), ocasião em que assinou a Resolução de Tombamento dos Remanescentes da Mata Atlântica no Estado do Espírito Santo, que aconteceu em abril de 1991.

Além de atuar em diversas entidades, como conselhos, associações e comissões, voltadas para a preservação e desenvolvimento da cultura e do meio ambiente, Tião Xará é analista em gestão cultural, e atua na Lei Rubem Braga, mecanismo de fomento à cultura do município de Vitória.

Entre os seus trabalhos realizados pela lei, ele foi coordenador do edital de produção audiovisual que, através da Lei Aldir Blanc, viabilizou a produção de dois documentários, quatro videoclipes e duas animações. A ação deu origem à Mostra Orlando Bomfim Netto, que aconteceu em maio de 2022, no Centro Cultural Sesc Glória.

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