A cidade de São Mateus, uma das mais antigas do país, recebe entre os dias 1º e 6 de julho o Festival de Curtas (Ori)gens, voltado para jovens da periferia.
Esta é a primeira vez que a cidade capixaba recebe um evento voltado para o cinema, e em tempos pandêmicos, o evento será exibido pelo canal oficial no YouTube do Festival. O evento também contará com oficinas de audiovisual voltadas para a produção de vídeo e storytelling.
![]() |
Alif Ferreira é o idealizador do festival. (FOTO: Divulgação) |
O Festival de Curtas (Ori)gens busca que o jovem da periferia de São Mateus se reconheça no próximo e possa formar a sua identidade e, quiçá, encontrar um novo sentido para sua vida.
Quanto mais estes jovens contarem suas biografias e se descobrirem uns nos outros, mais fortalecimento e maior representatividade haverá entre eles. Eles se tornarão protagonistas e espectadores de histórias de vidas que se assemelham e se confundem entre si.
Idealizado por Alif Ferreira, deficiente visual, videomaker, editor, produtor e agente cultural, traz como objetivo mostrar aos jovens o poder transformador do audiovisual.
"O Festival tem uma importância muito significativa para minha trajetória, é um primeiro passo para proporcionar novas possibilidades aos jovens em situação de vulnerabilidade social na cidade de São Mateus. Novas perspectivas e oportunidades serão apresentadas a esses jovens, não apenas pela premiação dos projetos selecionados, mas também pelas oficinas e informações sobre as oportunidades e profissionalização no mercado audiovisual", avalia.
Considerado o município com maior população negra do Espírito Santo, São Mateus lida com a segregação e a marginalização da população preta, em especial os jovens entre 15 e 29 anos. A partir do reconhecimento desta injustiça, o Festival de Curtas (Ori)gens busca dar voz, vez e levar à reflexão ao jovem negro da periferia mateense.
Ori, é "cabeça" em yorubá, língua africana simbolizando os muitos escravos que forjaram – forçadamente – a cidade de São Mateus. Gens, na Roma Antiga, significava identidade familiar, ancestralidade, pertencimento.
Assim, o Festival de Curtas (Ori)gens mescla a ancestralidade africana, com a raiz do jovem morador das ocupações sociais de São Mateus e pretende dar a esse mesmo jovem a possibilidade de colocar pra fora o que povoa a sua cabeça e o seu imaginário, conhecendo e contando sua história, sua vida, sua origem.
O Festival de Curtas (Ori)gens contará com a participação dos seguintes curtas e diretores, todos capixabas: Lama e Porcelana, de Luan Damázio; Preta na Cana, de Jaciara Bernardino; Meu Lugar, de João Rui; Eu Vim de Lá, de Mestre Militão; Da Margem pra Dentro, de Vinícius Cesar; Legado, de Aurélia da Costa; Você Não Me Vê, de Felipe dos Santos; Sobre Rodas, de Jordan Pestana; Poe(mar), de Camila Alves; e (in)flux, de Luiz Fernando S.
A coordenação geral do evento é de Alif Santos Ferreira, com produção de Marcelo de Oliveira, e produção executiva de Vitória Dornelas, com assistência de produção de Clemer Rodrigues.
Oficinas
Oficina de produção de vídeo - 3/jul (sábado) - entre 8h e 11h, com Alif Ferreira;
Oficina de storytelling - 3/jul (sábado) - entre 13h e 15h, com Breno Hayala;
Serviço
Festival de Curtas (Ori)gens
Datas: 1 a 6/jul (quinta-feira a terça-feira)
Transmissão: Canal do festival no YouTube
Classificação etária: Livre
Entrada: Gratuita
Comentários
Postar um comentário