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Celebração da cultura e história na comemoração dos 150 anos da imigração italiana no ES e no Brasil

Há exatos 150 anos, o navio La Sofia atracava no Porto de Vitória com os primeiros imigrantes italianos, sendo o Espírito Santo o local pioneiro para a chegada dos mesmos. Além disso, na próxima quarta-feira (21), será comemorado o Dia Nacional do Imigrante Italiano.

Descendentes e familiares de imigrantes encenaram o embarque ocorrido em Genova, em 1874. (FOTO: Jansen Lube/PMV)
Para celebrar a data e o legado dos antepassados, uma programação especial foi realizada na capital capixaba neste sábado (17), com cortejo marítimo, missa em italiano da Catedral Metropolitana, grupos de dança, tombo da polenta e meia tonelada de macarronada que foram distribuídos de forma gratuita.

Capixabas de Norte a Sul do Estado se reuniram na Praça do Papa, onde teve início a programação. A Associação da Imigração Italiana estima que mais de três mil pessoas participaram de toda a festa.

Entre os grupos que participam da festa de abertura dos 150 anos da imigração italiana está o Gruppo Folkloristico do Circolo Trentino di Santa Teresa, coordenado por Cicero Toffoli.

A comemoração foi marcada por trajes de época, música e muita dança, reunindo descendentes representantes de várias cidades do Espírito Santo para marcar a data. Uma comitiva de alma e coração de italianos e brasileiros embarcou na Praça do Papa em direção ao Porto de Vitória.

Há 150 anos, a embarcação La Sofia trouxe os imigrantes. (FOTO: Jansen Lube/PMV)
A ideia durante a comemoração foi recriar com o máximo de detalhes possível a vinda dos primeiros imigrantes italianos para o Brasil. Teve até entrega de bilhete escrito em italiano para embarcar no navio La Sofia, mostrando a saída de Genova, na Itália, para Vitória no Brasil em 1874.

"Não dá para falar o sentimento desse evento que nós estamos fazendo hoje. Porque na verdade é uma encenação. Nós estamos hoje representando e homenageando 80 famílias de imigrantes que vieram do Porto de Gênova para o brasil há 150 anos. Eu tenho certeza que lá tinha alguém da minha família. Eu estou muito emocionada em saber que estou podendo representar uma daquelas famílias", relatou Rosa Maioli, da Associação da Imigração Italiana.

Conexão
O Espírito Santo é considerado, oficialmente, o berço da imigração italiana no Brasil, pois foi em território capixaba que teve início a grande epopeia da imigração italiana para o País.

Evento em Vitória reuniu 3 mil pessoas. (FOTO: Jansen Lube/PMV)
A inauguração desse processo imigratório se deu em 1874 com a chegada da Expedição Tabacchi, composta por 386 camponeses norte-italianos (trentinos e vênetos), um padre e um médico. Até o ano de 1900 verificou-se a entrada de 34.925 imigrantes italianos para os portos do Estado.

Encontram-se no Espírito Santo representantes de todas as regiões da Itália, mas a preponderância é para aquelas do norte (Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto Ádige, Emilia-Romagna, Piemonte, Friuli-Venezia Giulia, Liguria e Vale d'Aosta), que, juntas, forneceram 92% dos imigrantes. As regiões do centro contribuíram com 6% e as do sul, com 2% dos italianos.

História
Na década de 1850, Pietro Tabacchi, por conta de dívidas e motivações políticas, emigrou do Trento para o Espírito Santo. Ele adquiriu uma propriedade em Santa Cruz (Aracruz): a Fazenda das Palmas.

Em 1871, ele pediu autorização ao governo do Brasil para trazer imigrantes para a sua propriedade. A chegada da Expedição Tabacchi, em 17 fevereiro de 1874, no Espírito Santo, inaugurou a imigração em massa de italianos para o Brasil.

Para a encenação, os descendentes foram a caráter na embarcação. (FOTO: Jansen Lube/PMV)
Eram 386 camponeses, um padre e um médico, na embarcação a vela La Sofia. A partir do ano seguinte, também as províncias do Sul brasileiro passaram a receber navios com centenas de imigrantes da Itália.

Foram 45 dias de viagem de Gênova até Vitória. O navio partiu em 3 de janeiro, do Porto de Gênova, e chegou em 17 de fevereiro, pela manhã, à Baía de Vitória. Quatro dias depois, no dia 21, foi o desembarque e em 1º de março o grupo parte para Santa Cruz.

Fontes: Livro “Colônias Imperiais na Terra do Café”, de Renzo M. Grosselli e pesquisa da reportagem

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