Pular para o conteúdo principal

Conheça a trajetória e o legado de Lenira Borges, referência no balé clássico do ES

A bailarina Lenira Borges morreu nesta segunda-feira (28), aos 100 anos. A morte foi confirmada em nota divulgada pela escola de dança Lenira Borges Ballet Studio, que fica em Vitória. Lenira era considerada referência no balé clássico do Espírito Santo.

Lenira Borges tinha 100 anos e veio para Vitória na década de 1960. (FOTO: Arquivo)
Lenira nasceu Lenita Cardoso Borges em 1º de maio de 1923, em Porto Alegre, filha de Fontoura Borges do Amaral e Melo (1900-1971) e Orcelina Cardoso Borges (1902-1925).

O nome Lenira era preferido pela família do pai, e o Lenita, pela da mãe. Então, desde pequena, ela se acostumou a responder pelos dois nomes. Ainda bebê, perdeu a mãe e foi morar com a avó materna, Carlota Alfama Cardoso (1876-1972), em Porto Alegre. Começou a fazer ballet aos 12 anos. 

Foi uma época de muitos mimos da parte dessa avó. Já o irmão, Aulo Gélio Borges (1921-2010), foi ficar com a avó paterna numa fazenda em São Francisco de Paula, no interior gaúcho.

Inicia seus estudos de balé com a professora e coreógrafa Tony Seitz Petzhold (1914-2000), na capital gaúcha. Mais tarde, no Rio de Janeiro, aperfeiçoa-se com o coreógrafo e maitre de ballet da Ópera Comique de Paris, o tcheco Vaslav Veltchek (1897-1968). Também tem aulas com a coreógrafa, professora e étoile do Original Ballet Russo Tatiana Leskova (1922), com o bailarino americano Walter Nickes (1925-2007) e com uma das pioneiras da dança moderna no Brasil, Vera Kumpera.

Leia mais

Em 1953, funda em Petrópolis, no Rio de Janeiro, o curso de dança clássica na Escola de Música Santa Cecília e no Colégio Sion. Instala outras escolas de balé nas cidades de Três Rios e Teresópolis. Em 1961, a convite da Associação Franco-brasileira de Vitória (Alliance Française), funda a atual Academia Lenira Borges - Ballet Studio.

Em 1962 e 1963, respectivamente em Curitiba e Brasília, a convite de Carlos Magno, participa com alunos e professores da 1ª e 2ª edição do Encontros da Dança do Brasil. Também em 1963, faz o curso de balé teaching certificate, da Royal Academy of Dance, de Londres. Passa, desde então, a adotar na sua academia o método inglês. Em 1970, participa com seu grupo da reinauguração do Teatro Carlos Gomes, em Vitória, dividindo o palco com os bailarinos do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Elena Lobato e Renato Magalhães.

Em 2001, apresenta as crianças do projeto Pequenos Talentos - O Balé ao Alcance de Todos, do qual fazem parte alunos bolsistas de sua academia. Eles participam do projeto Vitória Cidade do Sol, na Arena de Camburi, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. Nesse mesmo ano, recebe homenagem pelos 40 anos de sua academia (1961-2001), no Teatro Carlos Gomes. Em 2002, uma matéria na revista Dance Gazette, editada pela Royal Academy of Dance, também celebra a data.

Em 2019 a bailarina foi homenageada pela escola de samba Pega no Samba, com o enredo “Lenira Borges: Uma vida para a dança”.

Comentários

Mais lidas

Morre atriz mirim capixaba do filme "Helena", com cenas gravadas em Vitória

Linha do tempo da Chocolates Garoto

TBT: Você lembra da Blow Up em Vila Velha?