Violonista Elias Belmiro morre aos 56 anos em Vitória

O violonista capixaba Elias Belmiro morreu na madrugada deste sábado (27), aos 56 anos, em Vitória. Ele foi vítima de um infarto, segundo informações de familiares e amigos do músico.

Considerado uma referência da música instrumental brasileira, celebrou uma nova fase da sua carreira com o espetáculo “Reencontro: Elias Belmiro de volta aos palcos”, no ano passado.

O violonista Elias Belmiro morreu aos 56 anos. (FOTO: Giulyanna Cipriano/Arquivo)

Nas redes sociais, a cantora Elaine Rowena lamentou a morte do amigo. "Meu amigo querido partiu para onde não há dor, não há sofrimento. Em sua última noite nessa terra, conversamos muito antes de dormir. Jesus foi o nosso tema principal, e a música celestial e seu enorme poder. Acariciei seus cabelos prateados e lembramos de tempos maravilhosos de arte e felicidade. Combinamos shows que acontecerão quando nos reencontrarmos. Hoje o céu recebe um violonista maravilhoso. 'Deus nos deu, Deus levou, bendito seja o nome do Senhor' #eliasbelmiro ❤️", escreveu.

Carreira

Com mais de 30 anos de carreira e quatro discos gravados, Elias Belmiro conquistou projeção nacional e internacional por sua interpretação singular para a obra de Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

No seu currículo constam concertos como solista convidado na Espanha, Inglaterra, França e Alemanha, e a participação no Quinteto Maurício de Oliveira, em homenagem ao saudoso violonista Maurício de Oliveira (1925-2009), considerado o maior músico do Espírito Santo pela crítica especializada.

Nos últimos 11 anos, porém, Elias Belmiro havia se afastado do violão devido ao fantasma do alcoolismo, passando a morar nas ruas de Vitória. Após o tratamento em uma clínica de reabilitação, sua história de superação foi exibida no programa “Fantástico”, da TV Globo, chamando a atenção de amigos e admiradores que se mobilizaram para ajudar no seu retorno à carreira artística.

Em dezembro de 2021, o violonista recebeu o convite para apresentar-se como solista convidado do concerto de Natal da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (OSES), sob a regência do maestro Helder Trefzger, onde teve a oportunidade de executar o “Concerto para violão e orquestra de Aranjuez”, obra-prima mundialmente conhecida de Joaquín Rodrigo.

No mesmo ano, fez o lançamento do álbum Elias Belmiro: Reencontro, no formato LP (Long Play), viabilizado por meio de financiamento coletivo da loja Amigos do Vinil.