Violão, ousadia, punk, rock and roll e universidade. A receita completa, bem característica dos anos 80 e 90, que germinava – e ainda germina - o surgimento de novas bandas, foi a razão de ser do Lordose pra Leão.
E o grupo, ovacionado no cenário punk do Espírito Santo e conhecido em boa parte do país, está de volta: lança no dia 2 de agosto seu sexto álbum, Lordose Canta Letaif: Novos Meios de Usurpar, com 10 canções.
Antes, o single Os Ratos São Humanos será disponibilizado ao público na próxima sexta-feira (12), nas plataformas de música e com clipe no YouTube. O pré-save da música está disponível. A produção musical é de Fábio Mozine (Mukeka di Rato e Os Pedrero).
A banda Lordose pra Leão lançará novo álbum. (FOTO: Paula Portela) |
A amizade e a parceria musical, portanto, vêm de lá, há mais de 30 anos, e agora Lordose e Letaif celebram esse encontro de forma completa.
Um universo que contava e conta também com letristas marcantes na construção sonora dessa geração, como Renato Liberato, poeta, por exemplo, de Os Ratos São Humanos; e Alex Pandini, letrista de Aberrassom, uma das canções do novo disco, e de diversos clássicos do Lordose.
“Tudo aconteceu no curso de comunicação da Ufes. A gente juntava para beber vinho e outras coisas, o violão passava na roda e dali foram surgindo as bandas. Nesses momentos, nós ficamos fãs das composições do Letaif. O Lordose chegou a gravar duas dele em nossa discografia, Somos Nada Que Interessa e Profecia. Mas faltava esse grande encontro”, conta Sérgio Nascimento, o Serjão, um dos vocalistas do Lordose.
Algumas compostas há bastante tempo e outras mais novas, as músicas e letras são absolutamente atuais. O single Os Ratos São Humanos representa aqueles que “sugam sangue pra viver”. A alta sociedade que desfila nos salões da desigualdade e é salva por seus capatazes. Ou o ser humano que tem a capacidade de ser doce e cruel ao mesmo tempo.
“Cada frase que eu lia do poema do Renato eu já cantarolava. A divisão das palavras me dá o destino da melodia e Os Ratos São Humanos é direta, simples e profunda. Fala sobre o ser humano e todas as suas contradições”, conta Letaif.
A banda surgiu em 1991 em união de alunos da Ufes. (FOTO: Paula Portela) |
Interessante também é a história de Aberrassom. Escrita por Alex Pandini em um guardanapo de bar, ela é composta por frases, digamos, irreais, com passagens como “moeda de duas cabeças” e “cabeças de uma só ideia”. “Fiquei apaixonado com a letra e a melodia veio de uma só vez”, lembra Letaif.
Sobre a sonoridade, não havia como ser diferente. O disco é de rock, tem guitarras distorcidas e todos os elementos do estilo - além dos metais, característica da banda desde a fundação.
Mesmo assim, como aponta o próprio Serjão, “talvez seja o disco mais palatável popularmente do Lordose”. “O Letaif sempre compôs músicas de fácil assimilação. É fácil cantar, assoviar, decorar. Só que elas receberam a veia punk do Lordose neste trabalho”, aponta Sérgio Nascimento.
Entre as diversas turnês e a discografia com cinco álbuns, momento marcante do Lordose na história foi uma parceria com Zé Ramalho (PB). A banda capixaba lançou uma versão rock de Frevo Mulher. Animado com o resultado, Zé Ramalho retribuiu: gravou Ananias e o Cavalo, um dos grandes clássicos do Lordose.
O apoio do novo disco da banda é da prefeitura de Vitória, por meio da Lei Rubem Braga.
Ficha técnica
Álbum: Lordose Canta Letaif: Novos Meios de Usurpar
Data de lançamento: 2 de agosto
Composições: Sandro Letaif
Letristas do álbum: Renato Liberato (“Os Ratos São Humanos”, “Meu Quintal” e “As Flores Do Jardim Da Nossa Casa 2”); Alex Pandini (“Aberrassom”); Sérgio Nascimento e Luiz Guilherme (“Inconfidentes Banguelas”); e Letaif em todas as outras
Vocais: Sérgio Nascimento, Adolfo Oleare e Márcio Vaccari
Bateria: Márcio Vaccari
Baixo: Márcio Xavier
Guitarras: Felipe Izar
Percussão em “Fabito”: Edu Szajnbrum
Metais: Aguinaldo Roberto, Luciano Cruz e Breno Lepaus
Arranjo dos metais: Célio Paula
Produção musical: Fábio Mozine
Produção executiva: Fabíola Mozine
Mixagem: Alexandre Barcelos
Masterização: Igor Comério
Gravação: no estúdio Funky Pirata, em Vitória
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