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Artista plástica Marian Rabello morre aos 92 anos em Vitória

A artista plástica Marian Rabello, que assinou várias obras pelo Espírito Santo, morreu na madrugada deste domingo (31), em Vitória, aos 92 anos. Autodidata, Marian deixa como legado uma série de obras de pintura sobre azulejos, que ilustram fachadas de vários prédios, tais como o da Imprensa Oficial, na Av. Beira Mar, em Vitória.

A artista plástica Marian Rabello morreu aos 92 anos. (FOTO: Reprodução)
Além de obras como “Romaria Noturna dos Homens”, de 1975, que faz parte do acervo de obras artísticas do Convento da Penha e está exposto no santuário em Vila Velha.

O falecimento foi de causas naturais, sendo que ela faleceu dormindo. Marian Rabello não era casada e nem deixou filhos. A prefeitura de Vitória emitiu nota de conforto e solidariedade aos familiares e amigos.


Trajetória
Marian Rabello nasceu em Vitória, em 1931. Era autodidata e considerava que sua trajetória começou com o seu interesse nato pelo desenho e pela pintura - contrariando as investidas dos pais em inserí-la no campo da música.

Durante o período em que morou no Rio de Janeiro, fez várias especializações no âmbito da pintura e, neste trajeto, estudou com a ceramista Hilda Goltz. Porém, é do seu contato com o artista porcelanista Djalma de Vicenzi, no início da década de 1960, que surge o interesse pela pintura em azulejos, em especial seu o uso na arte mural.

Mural da antiga Atlantic Veneer, na Serra, de 1968. (FOTO: Reprodução)
As obras muralistas de Rabello investigadas dialogam com a tradicional experiência da azulejaria, como ainda é praticada em ateliês em Portugal – o que será mais bem abordado adiante – assim como com experiências brasileiras como as obras de Athos Bulcão, não no uso das cores ou formas, mas especificamente na monumentalidade de uma obra/painéis em espaços de uso coletivo.

Por volta de 1965, Marian Rabello foi convidada a realizar o seu primeiro painel em azulejo, no Centro de Vitória, num antigo bar – Lanches Vitória - hoje demolido juntamente com a obra.

Após este trabalho, vieram outros tais como o mural para a Secretaria de Agricultura do Estado e o mural para a Imprensa Oficial, ambos de 1971 em Vitória, seguidos pelo mural da Real Café (1972), e a obra da extinta Condelsa – ambas em Viana. 

Além do mural da Atlantic Veneer (fábrica de laminação de madeiras) localizada na Serra e  inúmeros convites de trabalhos que se concretizaram em diversos locais, tanto no Espírito Santo, quanto fora do Estado, inserindo-a como profissional no mercado de arte.

No contexto dos estudos realizados, Rabello está inserida na discussão da Arte Pública capixaba, e suas obras fazem parte da paisagem urbana do Estado.

Outras obras da artista:
"Mural nos Correios" - Praia da Costa (1970)

Quadro "Procissão de São Benedito"

Quadro "Romaria Noturna dos Homens" (1975)

Azulejo mural (1968)

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