Mais uma viagem musical por comunidades tradicionais de todas as regiões do País está prestes a chegar ao palco em uma nova temporada.
A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos se apresentou pela primeira vez em novembro do ano passado, em Vitória, e realiza novas apresentações entre esta quarta-feira (2) e sexta-feira (4), no Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
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Orquestra Brasileira de Cantores Cegos em apresentação. (FOTO: Cia Poéticas da Cena Contemporânea) |
A entrada é gratuita e a organização do evento distribuirá os ingressos uma hora antes das sessões, que começam às 14h30 (nos dias 3 e 4) e às 19h30 (nos dias 2, 3 e 4).
A diretora cênica e artística do espetáculo, Rejane Arruda, destaca que esta será a primeira vez que este repertório será apresentado a uma audiência.
“As canções pertencem às comunidades, são de domínio público. Elas representam a riqueza da oralidade popular brasileira que se perpetua de geração em geração, se prolifera, se desloca e dá suporte a uma série de atividades de trabalho, de lazer, de festejos, de ninar e de momentos marcantes das comunidades”, afirma Rejane.
A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos é fruto de uma iniciativa da Associação Sociedade Cultura e Arte (SOCA Brasil) e da Cia Poéticas da Cena Contemporânea.
As atividades são realizadas com o patrocínio master da Rede Itaú e patrocínio da PERFIL - Alumínio do Brasil, por meio da Lei Rouanet – a Lei Federal de Incentivo à Cultura – operacionalizada pelo Ministério da Cultura (MinC).
O espetáculo terá, ao todo, 20 canções com arranjos de vozes acompanhadas do som de um piano de cauda. A diversidade cultural brasileira está marcada no repertório construído a partir da pesquisa de campo realizada por Renata Mattar, que percorre o país inteiro registrando cantigas ancestrais.
Apesar do acervo da pesquisadora ter começado a ser construído em 1999, o trabalho realizado para a Orquestra também dependeu de viagens específicas para buscar novas cantigas, quando pôde registrar memórias de cantos indígenas, cantos de pescadores e outros que ainda não faziam parte do acervo.
Em cena, a oralidade popular de Norte a Sul do país, passando por Alagoas, com as fiadeiras de algodão quilombolas de Arapiraca; pelo Congo do Espírito Santo; pela Bata do Feijão e a Roda Pisada da região da Bacia do Jacuípe (BA); pela Embolada de Sergipe; pelo Fandango Caiçara típico do sul de São Paulo e do norte do Paraná.
Também estão presentes um Coco de Alagoas, um Canto de Mutirão do Rio Grande do Sul, um Mutirão de Roça do Maranhão, uma Congada de Minas Gerais e uma Incelença de Pernambuco.
O povo Kalunga de Cavalcanti (GO) está representado com uma Dança de Pares, os Guaranis da aldeia Marak’anã (residentes no Rio de Janeiro) com uma canção em Tupi e o povo originário Mehinako do Alto Xingu (MT).
A diretora cênica e artística Rejane Arruda imprime as marcas de uma linguagem experimental, trabalhando a interface entre as Artes Cênicas e o Canto Coral. Ela conta com a colaboração de André Stefson na iluminação e de António Apolinário na direção de arte.
Os arranjos de Tarita de Souza para voz, piano e percussão corporal trazem a marca do hibridismo entre popular e erudito típico da tradição instrumental brasileira.
O maestro Thomas Davison, aceitando o desafio de reger pessoas que não enxergam as suas mãos, utiliza-se de estalos de dedos, palmas, batidas dos pés no chão e movimentos que lembram um bailarino brincante, contribuindo para a estética do movimento que o espetáculo apresenta.
Os cantores são divididos em cinco naipes: as sopranos Maria Trancoso, Marta Trancoso e Elizabeth Mutz; as mezzo-sopranos Alice Dordenoni, Eusilane Lopes e Lucinéia Santos; as contraltos Geovana Santos, Joseni Vitorino, Sayonara Reis e Maria das Graças; os tenores Manoel Peçanha, Adair Jervaz, Gilberto Christo, Rogério Sousa; e o barítono Maycon Machado.
A Orquestra Brasileira de Cantores Cegos conta também com os atores da Cia Poéticas da Cena Contemporânea que, dividindo o palco com os cantores cegos, auxiliam em seus deslocamentos, imprimindo performatividade e dramaticidade nas cenas.
Haverá, também, a participação especial do ator e cantor cego Antonio Fadini que traz testemunho de vida homenageando seu pai junto ao arranjo de 'Pai Mané'.
Acessibilidade
As pessoas com deficiência podem enviar uma mensagem para o número de Whatsapp da organização, (27) 99609-8181, para reserva de ingressos e alinhamento sobre as condições de acolhimento durante a chegada ao local da apresentação e na acomodação para assistir ao espetáculo.
Recursos de acessibilidade estarão disponíveis e incluem a audiodescrição para pessoas cegas, a presença de intérpretes para fazer a tradução simultânea em Libras e também o espaço sensorial para pessoas no espectro autista.
É importante destacar que o Teatro Universitário da Ufes é um local acessível que possui elevador, rampas de acesso, banheiros adaptados e lugares reservados para a acomodação de pessoas com deficiência física.
Parceria
Haverá duas apresentações vespertinas (dias 3 e 4) voltadas exclusivamente para o público formado por instituições sociais e alunos de escolas da rede pública (estudantes da Educação de Jovens e Adultos, bem como dos ensinos Fundamental e Médio).
As sessões noturnas (dias 2, 3 e 4) serão abertas ao público em geral, mas também haverá reserva de assentos para estudantes da rede pública, pessoas com deficiência e idosos.
Serviço
Apresentações da Orquestra Brasileira de Cantores Cegos
Data e horários: 2, 3 e 4/out (quarta-feira a sexta-feira), com sessões às 19h30 (todos os dias) e 14h30 (na quinta e sexta)
Local: Teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória
Entrada: Gratuita
Informações: (27) 99609-8181
Sessões
- 2/out (quarta-feira)
19h30 (ingressos distribuídos gratuitamente um hora antes, serão distribuídos 300 ingressos)
- 3/out (quinta-feira)
14h30 (sessão exclusiva para instituições sociais e alunos da rede pública)
19h30 (ingressos distribuídos gratuitamente um hora antes, serão distribuídos 300 ingressos)
- 4/out (sexta-feira)
14h30 (sessão exclusiva para instituições sociais e alunos da rede pública)
19h30 (ingressos distribuídos gratuitamente um hora antes, serão distribuídos 300 ingressos)
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