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A nova loja da Garoto: história e atualidade com a doçura do chocolate capixaba

Em novembro foi reinaugurada a loja da fábrica Chocolates Garoto, na Glória, em Vila Velha. Nascida como um balcão da fábrica, na década de 60, ela foi ganhando relevância no dia a dia dos capixabas, e passando por algumas evoluções. 

Nos anos 70, passou a ser autosserviço, aumentando a comodidade para os consumidores. Na década de 90, acompanhou o posicionamento do icônico garotinho da marca, e ganhou um toque mais lúdico.

Movimentação na loja da Chocolates Garoto após a reinauguração em Vila Velha. (FOTO: Gustavo Andrade/OMMC)
Já a nova configuração, traz um espaço mais moderno, acessível e aconchegante, com o objetivo de aumentar a conexão com a marca Garoto, proporcionando uma melhor experiência aos visitantes. Para reforçar a conexão com o Espírito Santo, a loja traz uma peça da designer capixaba Ana Paula Castro. 

Reconhecida internacionalmente, Ana Paula faz questão de levar traços do Estado em suas obras. Ela assina uma peça que fica à frente da loja e é uma releitura de uma árvore de cacau, principal matéria prima do chocolate.

Além de toda linha de chocolates da empresa canela-verde, tido como ponto positivo, alguns produtos da Nestlé, atual proprietária da marca capixaba, são encontrados na loja, sendo ponto negativo, pois enfraquece a marca Garoto. 

Diversidades como camisas personalizadas da Garoto são outro ponto positivo. Mas alguns valores chamaram a atenção negativamente: o produto Lata Expressões custa R$ 24,99 a unidade - enquanto numa rede de supermercados o mesmo produto custa R$ 15,99.

Camisas personalizadas da Chocolates Garoto são comercializadas na loja. (FOTO: Gustavo Andrade/OMMC)
A reinauguração da loja também fez parte das comemorações de celebração dos 25 anos da marca de chocolate Talento, uma das marcas mais tradicionais da Chocolates Garoto, criada em 1993.

Para Liberato Milo, vice-presidente de chocolates da Nestlé, a reformulação da loja tem como objetivo oferecer uma experiência ao fã da marca, além do consumo. 

“Investimos em um novo conceito de loja que pudesse oferecer melhor conexão entre a marca e seus fãs. Queremos que todos passem por uma experiência completa ao visitar a loja da fábrica. Estamos sempre inovando e trazendo as melhores soluções em produtos e relacionamento com a Garoto para os nossos clientes. Estou confiante que o novo conceito vai agradar a todos e é o início de uma era, já preparando para os 90 anos da nossa presença no Espirito Santo, que acontece em 2019”.

História da fábrica
A Chocolates Garoto foi fundada em 16 de agosto de 1929 pelo imigrante alemão Henrique Meyerfreund com o nome de Fábrica de Balas H. Meyerfreund & Cia., na Prainha, em Vila Velha. As primeiras balas eram vendidas por meninos, em tabuleiros, nos pontos de bonde da cidade. 

Os confeitos fizeram sucesso, e os consumidores passaram a procurar pelas balas dos “garotos”, o que levou a empresa a ser chamada de Garoto. Em 1934, foi lançado um dos produtos de maior sucesso da marca: as pastilhas de hortelã.

Fachada da fábrica da Chocolates Garoto, na Glória, em Vila Velha, na década de 1950. (FOTO: Acervo/CDM/Garoto)
Dois anos depois, conseguiu financiamento para montar uma fábrica mais moderna no bairro da Glória, local onde até hoje está o parque industrial da Garoto. 

Em 1962, a Meyerfreund transformou-se em uma sociedade anônima de capital fechado e passou a ser Chocolates Garoto S.A. Ainda na década de 1960, os filhos de Henrique Meyerfreund – Helmut e Ferdinand – passaram a dividir responsabilidades com o pai. 

Em 1973, com o falecimento de Henrique, Helmut Meyerfreund passou a ocupar a presidência da empresa capixaba.

Durante os anos de 1970 e 1980, a Garoto ampliou e modernizou suas instalações industriais e seus processos produtivos, adotou novas políticas comerciais e marcou presença em todo o mercado nacional. 

Essas iniciativas deram sustentação a um crescimento ainda mais acentuado da Garoto, na passagem para os anos de 1990. Investindo continuamente em tecnologia, nesse período foram lançados novos produtos e consolidada a estrutura comercial.

Em meio às sucessivas crises internas entre os sócios, a empresa anunciou a venda para a multinacional suíça Nestlé S.A. no início de 2002. 

O processo de aquisição perdura a cerca de quinze anos, até o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em 2016 elaborar algumas orientações para aceitar o negócio, por acreditar-se tratar de intensa de concentração de mercado e por isso colocar em risco a livre concorrência. Com a compra, a Nestlé detém atualmente cerca de 60% do montante dos chocolates do país.
 
Caixa de metal personalizada que remete a antigo design da tradicional caixa amarela de bombons é comercializada na famosa "lojinha da Garoto". (FOTO: Gustavo Andrade/OMMC)
Atualmente, a Garoto é uma das 10 maiores fábricas de chocolates do mundo. A marca conta hoje com um portfólio de aproximadamente 70 produtos. Dentre os produtos que fabrica estão caixas de bombons, tabletes, ovos de páscoa, e chocolate para uso culinário como coberturas e pó solúvel, que podem ser encontrados em mais de 50 países. 

Seus maiores sucessos são a Caixa Amarela e os Tabletes Familiares com a marca Garoto; os chocolates Baton e Talento e o bombom Serenata de Amor. Também oferece versões em sorvetes e picolés de algumas das suas principais marcas.

Serviço
Visite a Chocolates Garoto
Local: Praça Henrique Meyerfreund (Av. Jerônimo Monteiro), 01, Glória, Vila Velha
- Loja da fábrica
Horário de Funcionamento: segunda à sexta-feira, das 9h às 17h | sábado: das 8h às 14h
- Museu (Centro de Documentação e Memória - CDM)
Horário de Funcionamento: segunda à sexta-feira, das 9h às 16h | sábado: das 9h às 13h
Ingresso: R$ 6 (por pessoa)

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