O Brasil visto de dentro, com olhos atentos e câmera em punho. Assim foi o 11º Festival Nacional de Cinema Ambiental do Espírito Santo (Cine.Ema), que encerrou sua edição premiando narrativas que atravessam o País, do sertão à cidade grande, abordando temas ambientais, sociais e culturais.
O grande vencedor foi Pupá, documentário dirigido por Osani, do Rio Grande do Norte, eleito Melhor Filme pelo júri oficial.
A obra retrata a rotina de uma mulher cuja alegria e liberdade se impõem como resistência cotidiana em Acari, no sertão potiguar. Pupá é um retrato sensível sobre presença, pertencimento e identidade, demonstrando que o cinema também é território de afeto.
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| Cena do filme Pupá, que venceu na categoria Melhor Filme. (FOTO: Divulgação) |
“É um gênero que gosto muito e busco inovar nos filmes, fui em busca de um lugar diferente, novo e o Sertão foi o local que encontrei para me inspirar, também dando destaque para o protagonismo negro, com a atriz Clau Barros”, destacou Deuilton Junior.
A Menção Honrosa ficou com Nascida com a Manhã, de João Giry (ES), um retrato emocionante sobre cuidado e amor materno, que também arrebatou o público, levando o Prêmio Júri Popular da 11ª Mostra Cine.Ema.
O filme conta a história de Lúcia uma mulher que traz luz para a vida de todos em sua família. Há mais de 40 anos ela cuida do filho mais novo José Leandro, que é PCD Neurodivergente, uma criança no corpo de um adulto. A história é real, e a personagem é sua avó.
“É a história da minha avó, uma guerreira, o pilar mais forte da minha família e isso me inspira muito, é como se ela fosse uma guia espiritual minha. A produção é intimista, comecei de longe observando, montava a câmera e deixava lá gravando, sem nenhuma interferência no dia-a-dia dela e do meu tio”, contou o diretor João Giry.
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| Público acompanha exibição de filme no Cine.Ema. (FOTO: Divulgação) |
“É tempo de regenerar, nosso tema deste ano, e regenerar também é construir coletivamente. O voto popular é uma forma do público participar dessa jornada e fortalecer o cinema como ferramenta de transformação”, afirma Tania Caju, idealizadora e curadora do festival.
O Cine.Ema consolidou-se como um dos principais espaços de difusão do audiovisual independente no Brasil ao receber 494 filmes inscritos, vindos de 25 estados e do Distrito Federal. As produções somaram mais de 104 horas de exibição, evidenciando a potência da criação cinematográfica brasileira em torno de temas ambientais, sociais e culturais.
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| Público acompanha exibição de filme no Cine.Ema. (FOTO: Divulgação) |
O 11º Festival Cine.Ema conta com o patrocínio do Grupo Águia Branca e da Suzano, além do apoio da Reserva Ambiental Águia Branca, da Unimed Sul Capixaba, da prefeitura de Aracruz e da TVE Espírito Santo. É uma realização da Caju Produções e do Ministério da Cultura – governo federal, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais.
🏆 Vencedores da 11ª Edição do Festival Cine.Ema:
Melhor Filme: Pupá — Dir. Osani (RN)
Melhor Montagem: A Nave que Nunca Pousa — Dir. Ellen Morais (PB)
Melhor Fotografia: Sertão 2138 — Dir. Deuilton B. Junior (PE)
Menção Honrosa: Nascida com a Manhã — Dir. João Giry (ES)
Júri Popular Cine.Ema: Nascida com a Manhã — Dir. João Giry (ES)
Júri Popular Cine.Eminha: Natureza — Dir. Sheila Rodrigues e Jaqueline Lopes (MG)





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