Projeto “Mova-se: corporificando as ideias” promove formação para agentes culturais

Habilitar os participantes a realizar projetos culturais de forma plena, por meio de aulas teórico-práticas abertas à participação presencial e virtual: este é o objetivo do Projeto “Mova-se: corporificando as ideias”, uma iniciativa da CASU - Casa Urbana, espaço cultural afrorreferenciado localizado na região de Maruípe, em Vitória.

A iniciativa consiste em uma proposta pedagógica transdisciplinar, com 13 campos temáticos voltados para as áreas de produção cultural e elaboração de projetos para artes cênicas, artes visuais, dança e gestão de projetos.

O mural artístico Carmélia M. de Souza, na Casa Urbana. (FOTO: Vitor Miguel)

As oficinas serão ministradas por 16 professores com reconhecimento local e nacional, distribuídas em seis módulos, totalizando 92 horas de carga horária. O cronograma das atividades será divulgado no Instagram da CASU. As aulas começam com as professoras Yuriê Perazzini, no sábado (25), e Neriê Bento (SP), no domingo (26), e vão se estender ao longo de 10 meses.

O projeto foi contemplado pelo Edital de Seleção de Projetos - Lei Paulo Gustavo 2023 - Apoio à Programação Continuada de Espaços Culturais, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES).

Cultura hip hop

A CASU – Casa Urbana funciona desde 2016 na residência da bailarina de danças urbanas e mestra em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Yuriê Perazzini, uma mulher preta capixaba que vive as manifestações da diáspora africana no Brasil e que fez do amor às danças afro-brasileiras a sua profissão de fé.

Yuriê conta que o Projeto “Mova-se: corporificando as ideias” foi construído a partir da necessidade de ampliar as ações de geração de conhecimento e produção artística e cultural, com recorte na cultura hip hop no Espírito Santo.

“O conteúdo programático compreende desde a escrita do projeto, sua execução, divulgação, comunicação, enfim, todas as áreas correspondentes ao exercício profissional de um espaço cultural”, assinala a coordenadora.

Yuriê Perazzini é uma professoras que ministrará aulas nas oficinas. (FOTO: Divulgação)

As aulas presenciais contarão com 10 vagas voltadas para o Coletivo After no Teatro, além de 100 vagas para ouvintes, que poderão acompanhar as atividades em tempo real, pela plataforma Zoom, mediante cadastro neste site.

Para Yuriê, a possibilidade de acompanhamento por videoconferência proporciona ao projeto um alcance nacional. “Oportuniza as pessoas a entrarem como ouvintes virtuais e aprenderem juntamente com os participantes presenciais. A formação continuada é voltada para artistas e produtores culturais que tenham interesse na autogestão da sua carreira artística e também para pessoas que têm interesse em se inscrever em editais, porém não sabem como proceder”, explica.

Exercícios práticos

Ao longo da formação, os participantes serão incentivados a colocar as ideias em prática a partir da realização de uma ação artística cultural, conforme destaca a diretora e proponente do projeto:

“Teremos exercícios práticos durante a formação e vídeos relatando a experiência e o processo, além da elaboração de uma ideia a ser corporificada pelo cursista a fim de que as pessoas possam experienciar como será a aplicação das suas ideias na prática em relação à comunidade”, observa a coordenadora.

Ao final das oficinas, os alunos receberão certificado de participação, tanto para o acompanhamento presencial, destinado para quem tiver no mínimo 75% de presença, quanto para os ouvintes que participarem de pelo menos três encontros por videoconferência, totalizando 12 horas.

Reunião hibrida das professoras, professores e professor@s da formação. (FOTO: Divulgação)

Juntamente com as atividades pedagógicas, os participantes das oficinas terão a oportunidade de acompanhar as ações realizadas pela CASU – Casa Urbana. Entre essas iniciativas destacam-se o passeio guiado pela exposição “UDES: A cidade que dança”, voltado para escolas e projetos sociais interessados na temática sobre street dance e na cultura hip hop. 

Haverá também duas ações do Cine Paredão, com sessões de cineclubismo abertas ao público; os Encontros CASU, que consistem em seis rodas de conversa com gestores culturais da Grande Vitória; e o ensaio aberto do espetáculo de dança “Escrita dos Invisíveis”, protagonizado por Yuriê Perazzini.

Carmélia, a “cronista do povo”

Os visitantes do espaço também poderão apreciar um mural artístico produzido em homenagem à jornalista, escritora e cronista Carmélia Maria de Souza (1936-1974), uma mulher à frente do seu tempo que se celebrizou na intelectualidade capixaba como a “cronista do povo”.

Elaborada pela artista Amanda Brommonschenkel, a proposta foi executada a partir das vivências com o graffiti e com a cena da cultura urbana por uma equipe composta por mais sete artistas: Thais Apolinário, Carla Désirée, Geanna Abreu, Luara Monteiro, Ione Reis, Nadine Luiza e Gisele Paulo.

A ação integra o projeto “Sou inocente”, uma realização do Espaço Pé-de-Ser, por meio do Edital 004/2024 - Edital de Chamamento Público de Seleção de Propostas para Apoio a Atividades e Apresentações artístico-culturais - Política Nacional Aldir Blanc, da Prefeitura de Vitória.

Mural artístico Carmélia Maria de Souza, na Casu. (FOTO: Vitor Miguel)

Para a coordenadora Yuriê Perazzini, a celebração do legado de Carmélia Maria de Souza vem coroar o conceito da CASU como espaço transdisciplinar de pesquisa, criação e formação em dança, que se fundamenta nos princípios da diáspora africana em território brasileiro. “É um espaço de acolhimento e travessias que pesquisam o corpo em conexão com as ancestralidades e ações orientadas para um mundo mais consciente a partir da dança, educação, arte e cultura para todos”, define.

Serviço

Projeto “Mova-se: corporificando as ideias” - Oficinas de formação cultural ministradas por 16 professores com reconhecimento local e nacional, distribuídas em seis módulos, totalizando 92 horas de carga horária.

Início: 25/out (sábado)

Encerramento: 30 de agosto de 2026

Local: CASU – Casa Urbana - Rua Mal. Floriano, 640, Maruípe, Vitória

Quem pode participar?

Presencialmente (10 vagas): Coletivo After no Teatro

Virtualmente (100 vagas): ouvintes - Transmissão pela plataforma Zoom.

Link para cadastro: Formulário on-line

Certificação para pessoas em formação presencial: Todos os certificados serão emitidos ao final da formação. Para ter direito ao certificado em tempo integral, os participantes devem comparecer a no mínimo 75% dos 20 encontros, com tolerância de no máximo cinco faltas. 

Certificação para ouvintes: Obrigatória a participação em pelo menos três encontros, totalizando 12 horas de presença. Não será emitido certificado para cursistas que tiverem participação inferior à estipulada pela coordenação. Todos os certificados serão emitidos ao final da formação.

Apoio: Projeto contemplado pelo Edital de Seleção de Projetos - Lei Paulo Gustavo 2023 - Apoio à Programação Continuada de Espaços Culturais, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES)

MÓDULOS DAS OFICINAS:

1. Meu Corpo é Encruzilhada?

2. Visualidades

3. Ilha de Edição

4. Dando Corpo às Ideias

5. Corporificação

6. Meu Corpo é uma Encruzilhada!

EQUIPE MOVA-SE: CORPORIFICANDO IDEIAS:

Direção: Yuriê Perazzini

Produção: Amanda Brommonschenkel

Assistente de produção: Zucri

Bolsistas da formação: Coletivo After no Teatro

Design: Alê Pin

Fotografia: Mariana Garcia

Mídia Social: Duetto Marketing

Assessoria de Imprensa: José Roberto Santos Neves e Daniella Spadeto

Professoras e professores da formação: Yuriê Perazzini, Zênia Cáo, Erê Dah, Mariana Garcia, Joelma Silva Souza, Thila Paixão Lenk, André Stefson, Matheus Costa, Neriê Bento, Alê Pin, Vitor Taveira, Ricardo Scarione, Ivna Messina, Erica Vilhena, Amanda Brommonschenkel.