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Congo é sinônimo tradição e cultura no Espírito Santo

Congo é um gênero musical brasileiro, típico das regiões litorâneas do Espírito Santo. As bandas de congo são conjuntos musicais que tocam e cantam principalmente em festas religiosas, como as de São Benedito, São Pedro, São Sebastião e Nossa Senhora da Penha, que é a padroeira do Estado.

Festa de São Benedito e São Sebastião em Nova Almeida. (FOTO: Divulgação/ABC Serra)
As primeiras bandas teriam surgido por volta de 1855, segundo relato do Pe. Antunes Siqueira. São grupos compostos por pessoas simples, que utilizam instrumentos rudes feitos por eles mesmos com pau oco, barricas, taquaras, peles de animais, folhas-de-flandres e ferro torcido. 

Tambores, caixas, cuícas, chocalhos, casacas, ferrinhos ou triângulos, e pandeiros. Ao som desses instrumentos, homens e mulheres cantam velhas e tradicionais toadas, em que há referências à escravidão, à guerra do Paraguai, aos santos de devoção popular, ao amor, à morte e ao mar.

São toadas marcadas pelo alongamento das vogais finais no fecho dos versos, o que confere um certo ar melancólico entre as batidas de percussão. Grupo do tradicional folclore capixaba, as bandas de congo aparecem registradas em documentos antigos.


Banda Casaca é da Barra do Jucu, em Vila Velha, local onde o congo é um ritmo tradicional e histórico. (FOTO: Divulgação) 
Atualmente, além do lado religioso e folclórico, o congo capixaba também influencia bandas de música popular, que associam outros instrumentos musicais ao ritmo, como a guitarra e o baixo. Um exemplo é a banda Casaca.

Origem
As folclóricas Bandas de Congo do Espírito Santo, que perpetuam um ritmo inédito, herdado de índios e negros, parte integrante da cultura popular “capixaba”. Notável pela marcação rítmica dos “congos”, ou seja, tambores, e das “casacas”, um “reco-reco” de cabeça esculpida – esmeradamente, as bandas de congo são indispensáveis não só nas festas de São Benedito, santo padroeiro dos náufragos desde o século XIX, como também nos bailes e espetáculos de artistas como o antigo grupo Manimal, que lançou um novo movimento musical chamado “rockongo”, misturando o congo à música “pop” universal, tendo-se já apresentado em digressão pela Europa, inclusive Portugal, entre 1998 e 1999.


Festa de São Benedito na Barra do Jucu, em Vila Velha. (FOTO: Zanete Dadalto/ABACOVV)
O congo é considerado por estudiosos das tradições populares do Espírito Santo, como uma dança folclórica, por ser um grupo musical de estrutura simplificada, com dançadores e um dirigente (mestre), possui coreografia própria, sem texto dramático, e outras pessoas podem ser incluídas, isto quer dizer: podem participar desta manifestação, que possui características próprias sem igual em outros estados do país.

É possível conhecer mais sobre a história das bandas de congo no texto completo do livro "História da Serra", de Clério José Borges.

Fonte: Livro 'História da Serra', de Clério José Borges

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